Deformidade na coluna é apenas uma das
diversas que se desenvolvem secundariamente às lesões e doenças do sistema
nervoso e motor
A saúde dos bebês deve ter a atenção das mães
ainda na gravidez. Doenças de caráter degenerativo, sindrômico, traumas e
desequilíbrios musculares, muitas vezes descobertos apenas na hora do
nascimento, podem acarretar em deformidades progressivas na coluna da
criança.
A mais comum é a escoliose, desvio da coluna
para direita ou esquerda, formando um “S” ou “C”, causando diferença na altura
dos ombros e do quadril e apresentando gibosidades, formando assim um aspecto
“corcunda”. “Nas crianças, a escoliose é presente em 60% a 80% dos casos quando
há paralisia cerebral, anomalias no desenvolvimento do embrião como a
mielomeningocele, com a má formação da coluna, expondo o sistema nervoso, ou
doenças genéticas como a ataxia de Friedreich, que causa desequilíbrio muscular.
Portadores da distrofia muscular de Duchenne, doença hereditária que causa
fraqueza nos músculos, vão ter escoliose progressiva em 95% a 100% dos casos”,
explica o médico ortopedista, especialista no tratamento da coluna vertebral,
Aldemar Roberto Rios.
Além da escoliose, outras deformidades como a
cifose, que apresenta curvaturas excessivas na região frontal e torácica da
coluna, ou a lordose, com curvaturas na área traseira, cervical e lombar, podem
atingir a coluna. Os adultos também são diagnosticados com o problema, mas os
casos geralmente não estão ligados ao nascimento. “O diagnóstico está muito mais
relacionado a traumas com lesões medulares e, raras vezes, a doenças
degenerativas ou sequelas da paralisia cerebral. Com as crianças é diferente. As
deformidades iniciam normalmente no nascimento, mas depende da doença base. Os
distúrbios neuromusculares que afetam o alinhamento da coluna vertebral são
numerosos e variados”, completa Rios, membro da Sociedade Brasileira de
Coluna.
Diagnóstico na gravidez possibilita vida mais
tranquila
Os diversos diagnósticos de doenças
neuromusculares e a sua relação com as deformidades da coluna não impedem que os
pais acompanhem o desenvolvimento do embrião e busquem a qualidade de vida para
o bebê ao nascer. Os avanços da medicina, com exames como a ultrassonografia ou
estudos do líquido amniótico, possibilitam uma análise precoce. Para Rios, isso
permite inserir o paciente em um tratamento multidisciplinar desde cedo, para
que ele desfrute de uma vida melhor. “Os objetivos do tratamento das
deformidades da coluna são universais. Ele evita a progressão, restaura ou
mantém o equilíbrio e a postura e o alinhamento ao sentar.
A incidência dessas complicações em pacientes
portadoras de distúrbios neuromusculares costuma ser alta. O tratamento deve ser
imediato, muitas vezes permitindo uma boa evolução do caso.”
Quem é Aldemar Roberto
Rios?
Médico
ortopedista (CREMERS 16.123), especialista em cirurgia da coluna vertebral e em
cirurgia oncológica do aparelho locomotor (tumor da
coluna);
Formação em Oncologia Ortopédica e Tratamento
de Tumores da Coluna Vertebral e Coluna Sacral no Istituto Ortopedico Rizzoli,
em Bologna, Itália, com o professor Mario
Campanacci;
Médico
integrante do Grupo de Cirurgia da Coluna Vertebral e Instrutor da Residência
Médica da Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre-RS;
Médico
integrante do Corpo Clínico do Hospital Moinhos de Vento de Porto
Alegre-RS;
Membro
da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), sob o número
4.932;
Membro
efetivo da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e membro efetivo da Sociedade
Brasileira de Oncologia Ortopédica (SBOO);
Membro
honorífico da Sociedade Uruguaia de Cirurgia da Coluna Vertebral
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