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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Escoliose está ligada a problemas neuromusculares no nascimento


Deformidade na coluna é apenas uma das diversas que se desenvolvem secundariamente às lesões e doenças do sistema nervoso e motor
A saúde dos bebês deve ter a atenção das mães ainda na gravidez. Doenças de caráter degenerativo, sindrômico, traumas e desequilíbrios musculares, muitas vezes descobertos apenas na hora do nascimento, podem acarretar em deformidades progressivas na coluna da criança.
A mais comum é a escoliose, desvio da coluna para direita ou esquerda, formando um “S” ou “C”, causando diferença na altura dos ombros e do quadril e apresentando gibosidades, formando assim um aspecto “corcunda”. “Nas crianças, a escoliose é presente em 60% a 80% dos casos quando há paralisia cerebral, anomalias no desenvolvimento do embrião como a mielomeningocele, com a má formação da coluna, expondo o sistema nervoso, ou doenças genéticas como a ataxia de Friedreich, que causa desequilíbrio muscular. Portadores da distrofia muscular de Duchenne, doença hereditária que causa fraqueza nos músculos, vão ter escoliose progressiva em 95% a 100% dos casos”, explica o médico ortopedista, especialista no tratamento da coluna vertebral, Aldemar Roberto Rios.
Além da escoliose, outras deformidades como a cifose, que apresenta curvaturas excessivas na região frontal e torácica da coluna, ou a lordose, com curvaturas na área traseira, cervical e lombar, podem atingir a coluna. Os adultos também são diagnosticados com o problema, mas os casos geralmente não estão ligados ao nascimento. “O diagnóstico está muito mais relacionado a traumas com lesões medulares e, raras vezes, a doenças degenerativas ou sequelas da paralisia cerebral. Com as crianças é diferente. As deformidades iniciam normalmente no nascimento, mas depende da doença base. Os distúrbios neuromusculares que afetam o alinhamento da coluna vertebral são numerosos e variados”, completa Rios, membro da Sociedade Brasileira de Coluna.
Diagnóstico na gravidez possibilita vida mais tranquila
Os diversos diagnósticos de doenças neuromusculares e a sua relação com as deformidades da coluna não impedem que os pais acompanhem o desenvolvimento do embrião e busquem a qualidade de vida para o bebê ao nascer. Os avanços da medicina, com exames como a ultrassonografia ou estudos do líquido amniótico, possibilitam uma análise precoce. Para Rios, isso permite inserir o paciente em um tratamento multidisciplinar desde cedo, para que ele desfrute de uma vida melhor. “Os objetivos do tratamento das deformidades da coluna são universais. Ele evita a progressão, restaura ou mantém o equilíbrio e a postura e o alinhamento ao sentar. A incidência dessas complicações em pacientes portadoras de distúrbios neuromusculares costuma ser alta. O tratamento deve ser imediato, muitas vezes permitindo uma boa evolução do caso.”
Quem é Aldemar Roberto Rios?
Médico ortopedista (CREMERS 16.123), especialista em cirurgia da coluna vertebral e em cirurgia oncológica do aparelho locomotor (tumor da coluna);
Formação em Oncologia Ortopédica e Tratamento de Tumores da Coluna Vertebral e Coluna Sacral no Istituto Ortopedico Rizzoli, em Bologna, Itália, com o professor Mario Campanacci;
Médico integrante do Grupo de Cirurgia da Coluna Vertebral e Instrutor da Residência Médica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre-RS;
Médico integrante do Corpo Clínico do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre-RS;
Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), sob o número 4.932;
Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Oncologia Ortopédica (SBOO);
Membro honorífico da Sociedade Uruguaia de Cirurgia da Coluna Vertebral

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