Imperadores estremece o Porto Seco e encerra desfiles do Grupo Especial

Público que permaneceu nas arquibancadas vibrou com a última escola.
Samba-enredo foi acompanhado do início ao fim pelo público.

Caetanno Freitas e Jessica Mello Do G1 RS

 

Imperadores do Samba levou a história da maquiagem para a avenida (Foto: Samuel Maciel/PMPA)

O Porto Seco estremeceu quando a Imperadores do Samba entrou na avenida para o último desfile do Grupo Especial de Porto Alegre. Às 4h20, as arquibancadas ainda estavam lotadas à espera da escola. Foi só Vinicius Machado começar a aquecer a voz para que o público fosse ao delírio na segunda noite de folia.

Mulata destaque da escola Imperadores do
Samba (Foto: Jessica Mello/G1)

Decidida a falar sobre mulheres, maquiagem, cores e fascinação, a escola ofereceu um legítimo espetáculo na avenida e poderá repetir 2009, quando sagrou-se campeã do carnaval com um enredo sobre o centenário do Internacional.
“Eu vou delirar, pintar o rosto em devoção / De vermelho e branco, que fascinação / Bate na palma da mão, é de arrepiar! / Levanta que a Escola do Povo acabou de chegar”, anunciou o refrão do samba-enredo, pedido que foi prontamente atendido nas arquibancadas.
O enredo ainda tratou sobre a magia e a transformação das cores com o início do uso da pintura no antigo Egito, China e Japão. “Traços de pura ilusão na Roma antiga / Pele clara obsessão / Marca espiritual de tradição milenar / Magia vermelha no ar”.
No abre-alas, o realismo e a perfeição dos Leões do Egito Colossal impressionou. No carro, bailarinos entravam e saíam a todo instante dos sarcófagos. Uma hora eram múmias e outra cleópatras, mostrando muita agilidade na transição das posições. Os feiticeiros à frente do carro, na Comissão de Frente, tentaram mostrar o despertar do “feitiço” que encantou as pessoas.

 Em um dos momentos mais marcantes do desfile, a bateria da Imperadores, que representou os Centuriões Romanos, alterou o sentido no recuo. Em vez de passar pelo local e voltar, como a maioria das escolas fazem, o grupo entrou direto no “casulo”, com uma inversão de posições. E tudo isso sem deixar espaços vazios na avenida para não correr risco de perder pontos. Na saída do recuo, a mesma lógica invertida. Um belo movimento a ser destacado, além das frequentes paradinhas para animar o público.

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Na Ala das Baianas, todas as mulheres estavam vestidas de gueixas. As japonesas, com rostos pintados, tornaram-se mestres da beleza e da sedução. O terceiro carro alegórico mostrou a pintura facial no Oriente, com China e Japão representados, puxado por um enorme dragão. Já no terceiro setor, houve a retomada dos tempos medievais, com a Ala dos Alquimistas, da Bruxaria e das Faces do Riso.
Para fechar o desfile, a escola falou sobre a maquiagem da modernidade no último setor. Elke Maravilha não compareceu na penúltima alegoria, como havia sido programado pela Imperadores do Samba. Nas laterais do carro, outros dois destaques da alegoria eram pintados ao vivo. Em frente, uma leoa maquiada e com cílios postiços chamou a atenção.
Na dispersão, público puxou o grito de "é campeão", que foi acompanhado depois por membros da escola que se juntaram à festa.
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