Pontífice anunciou nesta segunda-feira (11) que vai deixar o cargo.
Em entrevista em 2010, ele já falava na possibilidade de renunciar.
Em 2010, o pontífice disse, em livro, que não hesitaria em tornar-se o primeiro pontífice a renunciar por vontade própria em mais de 700 anos, caso se sentisse sem condições 'físicas, psicológicas e espirituais' de liderar a Igreja.
Intitulado 'Luz do Mundo: o Papa, a Igreja e o Sinal dos Tempos', o livro foi manchete por causa da abertura cautelosa manifestada nele pelo papa em relação ao uso da camisinha para impedir a propagação da Aids.
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Mas o livro, uma entrevista do papa ao jornalista católico alemão Peter
Seewald, também continha muitas reflexões pessoais sobre a saúde de
Bento, sua rotina diária e seu futuro."Sim, se um papa percebe claramente que não tem mais condições físicas, psicológicas e espirituais de encarregar-se dos deveres de seu cargo, ele tem o direito e, sob certas circunstâncias, a obrigação de renunciar', diz Bento XVI, então com 83 anos.
O Papa Bento XVI após audiência com novos cardeiais nesta segunda-feira (22) no Vaticano. (Foto: AP)
O último pontífice a renunciar por vontade própria foi Celestino V, em
1294, após apenas cinco meses de pontificado. Gregório XII abdicou a
contragosto em 1415 para encerrar uma disputa com um candidato rival à
Santa Sé.No iníciode 2010, quando o Vaticano esteve envolvido em uma nova onda de escândalos de abusos sexuais, houve chamados para que Bento renunciasse, mas ele disse no livro que não "fugiria" em um tempo de crise.
"É possível renunciar em um momento de paz ou quando simplesmente não se tem condições de continuar", disse.
Na lei canônica, há um dispositivo que prevê a renúncia de um papa, mas ele nunca foi aplicado. O dispositivo prevê que um papa pode renunciar, mas precisa fazê-lo por sua livre vontade, e não é necessário que sua renúncia seja aceita por ninguém.
Alguns papas anteriores cogitaram em renunciar, mas esse fato só veio à tona após sua morte.
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