Saúde abre cadastro para pessoas que inalaram fumaça na boate Kiss

Ministério da Saúde disponibiliza número de telefone e link no site.
Cadastrados receberão ligações com informações para consultas médicas.

Do G1 RS

A partir desta segunda-feira (4) o Ministério da Saúde disponibiliza um número de telefone - 136 - e um link em seu site para o cadastro de pessoas que tiveram qualquer contato com a fumaça liberada no incêndio da boate Kiss, em 27 de janeiro, no Rio Grande do Sul. Um mutirão de atendimento clínico e psicológico será realizado no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Os cadastrados receberão ligações com informações sobre datas e horários das consultas médicas. O atendimento começa no próximo sábado (9).
Segundo o ministério, as informações recebidas serão encaminhadas para a Secretaria Estadual de Saúde, em Porto Alegre. A 4ª Coordenadoria Regional de Saúde será a responsável por agendar a consulta. As pessoas que não moram em Santa Maria serão orientadas a procurarem unidades de saúde referenciadas para dar continuidade ao tratamento.

Na página inicial do site do Ministério da Saúde há um
link para o cadastro (Foto: Reprodução)

Para o monitoramento dos envolvidos na tragédia, o Ministério da Saúde trabalha com três prioridades: os pacientes que foram internados com comprometimento pulmonar e/ou queimaduras, as pessoas que tiveram contato na boate com os gases e inalantes, além dos amigos e familiares das vítimas que precisam de apoio psicológico. Todo o acompanhamento clínico e psicossocial será custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os pacientes que ficaram internados em situação mais grave terão prioridade na avaliação clínica. A partir de uma lista com nomes e contatos disponibilizada pelos hospitais, eles já começaram a ser contatados para atendimento na próxima semana. No entanto, todos aqueles que procurarem o serviço serão submetidos a uma triagem inicial para a realização de exames e definição do procedimento clínico que será adotado.
O mutirão de atendimento foi definido em reunião por videoconferência em 27 de fevereiro, quando o incêndio completou um mês. No dia 1º de março, o ministro Alexandre Padilha participou, com uma entrevista gravada em Brasília, de um painel promovido pelo Grupo RBS, em Porto Alegre, com convidados para analisar o impacto da tragédia. Na ocasião, Padilha afirmou que todos os envolvidos receberão acompanhamento por cinco anos.

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 240 mortos na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.