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sábado, 22 de junho de 2013

À polícia, suspeito de depredar Itamaraty se diz arrependido


Imagens mostram homem de 32 anos atirando pedras nos vidros do prédio.
Ele prestou depoimento na noite desta sexta (21) e responderá por dano.


Primeiro suspeito de envolvimento em atos de vandalismo contra o Palácio do Itamaraty na última quinta (20) a prestar depoimento à Polícia Civil, Cláudio Roberto Souza, de 32 anos e morador de Taguatinga, se declarou arrependido pelas ações. Em depoimento à 5ª Delegacia de Polícia na noite de sexta (21), ele afirmou que agiu sozinho e que vai responder por seus atos.
Ele é suspeito de dano ao bem público e as informações do depoimento foram enviadas à Polícia Federal, que investiga os atos ocorridos nesta semana contra os prédios públicos. Segundo a assessoria do Itamaraty, 62 vidraças e uma mesa foram quebradas - pichações foram removidas na sexta. As obras de arte da parte interna do prédio não foram atingidas. Ainda não há estimativa do valor que será utilizado para as reparações.
A roupa que Cláudio Roberto usava no dia da manifestação foi apreendida para servir como prova. Uma das imagens mostram ele jogando um coquetel molotov no prédio. Em imagens da Telesur, canal venezuelano de TV pela web, é possível ver Cláudio atirando pedras contra o vidro do Itamaraty.
Além de Cláudio, outros seis suspeitos de vandalismo durante protesto na quinta foram identificados pela polícia. Eles têm entre 18 e 25 anos, são de classe média e moram no Plano Piloto e em Taguatinga, informou o diretor-geral da corporação, Jorge Luiz Xavier. Dos sete identificados, quatro foram encontrados pela própria polícia e outros três, denunciados anonimamente pela população.
Brasília - Polícia tenta afastar os manifestantes que tentam invadir o prédio do Itamaraty (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)Polícia tenta afastar manifestantes que ameaçam invadir o prédio do Itamaraty (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
O protesto de quinta-feira, que reuniu mais de 60 mil pessoas, terminou com pichações em cinco ministérios, destruição de 13 placas de sinalização e retirada de 15 holofotes das fachadas dos ministérios quebrados e das bandeiras dos 26 estados e do DF que ornamentavam a Alameda dos Estados. Mais atingido pelo vandalismo, o Palácio do Itamaraty foi invadido por um grupo de manifestantes, que lançou pedras e objetos contra a fachada de vidro, fez pichações e ateou fogo junto a uma pilastra.
As investigações, feitas com base em imagens cedidas pela Polícia Militar e fotos de arquivo, não têm previsão para acabar, mas o diretor-geral diz estimar que o número final seja maior. “É muito mais do que isso [sete envolvidos]. As imagens deixam claro que é um número maior. Todos que estavam na rampa do Itamaraty deixavam claro que a tendência era a depredação, por exemplo.”
Balanço
A manifestação de quinta-feira (20) terminou com três prisões e 127 pessoas atendidas pelos bombeiros e pelo Samu, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública. A maioria dos atendimentos médicos ocorreu por irritação provocada pela inalação de gás lacrimogêneo, ferimentos provocados por pedradas e torções. De acordo com a Secretaria de Saúde, uma morte foi registrada no viaduto do Plano Piloto, que aparentemente não tinha a ver com o protesto.
A manifestação teve início por volta das 17h. O grupo se concentrou em frente ao Museu Nacional de Brasília e seguiu pela via N1 do Eixo Monumental até o Congresso Nacional. Pouco antes das 20h, manifestantes e PMs entraram em confronto.
A corporação usou spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo para tentar conter uma minoria que lançava rojões, sinalizadores, pedaços de madeira contra os policiais e faziam fogueiras no gramado em frente ao Congresso. Um manifestante que atirou um cone nos PMs e foi preso. Ele foi contido e levado para a viatura da Polícia Legislativa.

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