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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Vândalos destroem patrimônio público do Rio de Janeiro

 

Manifestantes também tentaram invadir a prefeitura da cidade.
Depois dos protestos, 62 pessoas deram entrada em um hospital.

Mariana Gross e André Curvello Rio de Janeiro
 
Muitos protestantes ficaram feridos durante os protestos da quinta-feira (20) no Rio de Janeiro. A confusão começou quando um grupo de baderneiros tentou invadir a Prefeitura da cidade. Só no Hospital Souza Aguiar, 62 pessoas deram entrada, a maioria com ferimentos causados por pedras, pedaços de madeira e balas de borracha. Algumas pessoas que inalaram spray de pimenta também foram levadas para o local.
Na manhã desta sexta-feira (21), em uma coletiva de imprensa, a prefeitura divulgou os números do vandalismo: 340 lixeiras foram arrancadas, 98 sinais de trânsito foram danificados e 62 pontos de ônibus foram completamente destruídos
O prefeito Eduardo Paes falou sobre o assunto: “A prefeitura do Rio de Janeiro trabalha neste momento para recuperar isso e para devolver a tranquilidade dessa cidade. Essa é uma cidade que tem uma história de manifestações democráticas. Eu tenho certeza que nenhum cidadão dessa cidade concorda com esses atos de vandalismo”.
Em outra coletiva de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública informou que oito pessoas foram detidas. Segundo o secretário José Mariano Beltrani, é obrigação da polícia acompanhar e proteger os manifestantes e que as imagens feitas pela TV serão usadas para identificar os vândalos e para saber se houve excesso dos policiais.
Os protestos e o vandalismo
A multidão se encontrou no entorno da Igreja da Candelária para comemorar e para reivindicar. Por um cálculo prévio do engenheiro Moacyr Duarte, da UFRJ, havia pelo menos 300 mil pessoas na manifestação. No centro do Rio de Janeiro, porém, falava-se em um milhão de manifestantes.
Mais impressionante que o número, era a imagem: a Avenida Presidente Vargas foi tomada por uma passeata histórica. Os protestos eram variados, alguns em silêncio, outros entusiasmados. Bandeiras de sindicatos e partidos políticos não foram aceitas.
A passeata pacífica começou a mudar quando um grupo de vândalos se dispersou e atacou a sede da Prefeitura. Os manifestantes usaram tapume para enfrentar a polícia. Agências bancárias foram depredadas e um carro da emissora SBT foi queimado. Arruaceiros também atearam fogo em uma cabine da PM.
Com pedaços de madeira, os vândalos atacaram ônibus, quebraram as janelas. Eles queimaram cartazes pendurados por manifestantes nas grades do Campo de Santana. No Terreirão, reduto do samba, barracas foram incendiadas e grades quebradas. O local recebe o Concentra Rio, uma festa promovida em dias de jogos da Copa das Confederações e promovida pela Rede Globo. A tropa do Batalhão de Choque teve que avançar e jogar bombas de efeito moral.
Um grupo correu para a Lapa e ocupou as escadarias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A polícia jogou bombas de efeito moral e atirou balas de borracha. Perto deste local, os ândalos arrancaram lixeiras, tapumes e arrastaram um banheiro químico. Isso durou até os policiais tomarem completamente o local.
A confusão chegou perto do Hospital Souza Aguiar, também no centro, e a polícia usou balas de borracha. Com medo, alguns manifestantes entraram no hospital. Outro ponto de abrigo foi o prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Por mais de três horas, cerca de cem estudantes ficaram ali.
A Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, onde fica a sede do Governo do Estado, foi fechada pela Polícia Militar. Por segurança, o Palácio Guanabara foi cercado por PMs. A imensa maioria dos manifestantes condenou e protestou contra essas cenas.

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