Páginas

domingo, 7 de julho de 2013

Peritos vistoriam Mercado em Porto Alegre e permissionários se reúnem

 

Incêndio atingiu prédio histórico da capital gaúcha no sábado (6).
Reunião com autoridades discute medidas sobre os prejuízos.

Gabriela Haas Do G1 RS
 
Moradores de Porto Alegre se deparam com triste situação na manhã deste domingo (Foto: Gabriela Haas/G1)Moradores de Porto Alegre se deparam com triste situação na manhã deste domingo (Foto: Gabriela Haas/G1)
No dia seguinte ao incêndio que atingiu o Mercado Público de Porto Alegre, peritos foram deslocados para realizar exames técnicos no prédio histórico na manhã deste domingo (7). Simultaneamente à vistoria, foi promovida uma reunião entre autoridades e permissionários com estabelecimentos no local para falar sobre as medidas que serão tomadas para minimizar os prejuízos e sobre como será encaminhada a reabertura e a recuperação dos negócios.
Reunião entre autoridades e permissionários do mercado (Foto: Gabriela Haas/G1)Reunião entre autoridades e permissionários do mercado
(Foto: Gabriela Haas/G1)
A imprensa não teve acesso à reunião, sendo apenas permitido fazer imagens do encontro. Após o encerramento da reunião, o prefeito José Fortunati deve se manifestar. O prédio do Mercado foi isolado ainda na noite de sábado (6) e somente as equipes de perícia e segurança têm acesso ao local neste momento. Alguns trabalhadores tentaram entrar no prédio entre a madrugada e a manhã deste domingo, mas foram impedidos.
Mulher do gerente da banca Stanivet Aquários, Juliana Niaba foi até o prédio durante a madrugada para tentar entrar no estabelecimento e verificar se os peixes, que são comercializados pela loja e ficaram no interior do Mercado durante toda a noite, seguiam vivos. O fogo não chegou a atingir a loja, que fica no primeiro piso. No entanto, a energia elétrica, fundamental para garantir a oxigenação dos peixes, foi desligada ainda no sábado como medida de segurança.
"Viemos duas vezes de madrugada, sem sucesso, para tentar instalar compressores à pilha nos aquários, mas não teve jeito, o responsável (pelo isolamento do prédio) não deixou entrar. As pessoas não entendem que também é vida. Além do oxigênio, nossa preocupação é que quando os peixes morrem soltam substâncias tóxicas na água, que acabam matando os outros", disse Juliana ao G1.
Na banca há cerca de 1 mil peixes ornamentais, segundo Juliana, que ficam divididos em 30 aquários. Para que os peixes recebam oxigenação, uma máquina precisa ficar ligada 24 horas por dia. Sem energia elétrica, o equipamento não funciona.
O incêndio
O fogo começou por volta das 20h30 e os bombeiros conseguiram controlar o incêndio às 22h30. Depois, trabalharam no rescaldo. Não houve registro de feridos. Quem estava no prédio conseguiu sair. A prefeitura afirma que todos os equipamentos de proteção contra incêndio do prédio estavam em dia, sendo 57 extintores que foram revisados há 15 dias e 10 mangueiras substituídas por novas. No entanto, como os profissionais que estavam no Mercado precisaram sair rapidamente, não puderam usar os extintores e mangueiras.
Segundo moradores da cidade, hidrantes falharam e faltou água para apagar o fogo. A população que se aglomerava em volta do prédio gritou revoltada "água, água" e vaiou os bombeiros. O prefeito garante que não houve falhas. "O que eu posso dizer é do enorme esforço dos profissionais", disse.
Aves foram resgatadas do mercado durante incêndio (Foto: Felipe Truda/G1)Aves foram resgatadas do mercado durante incêndio
(Foto: Felipe Truda/G1)
Aves foram salvas
Dezenas de aves foram retidadas com vida do incêndio que atingiu o Mercado Público. Os primeiros integrantes do Corpo de Bombeiros a chegarem ao local foram os responsáveis pela retirada.
De acordo com o chefe do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, Adriano Krukoski, a retirada das aves foi uma das prioridades do grupo no início do trabalho. "Nós tivemos de esperar a abertura das portas, o que demora um pouco a acontecer. Depois, fomos logo retirar os animais quando soubemos que eles estavam correndo risco."
O Mercado Público faz parte do patrimônio histórico e cultural da capital gaúcha desde 1979 e foi inaugurado em outubro de 1869, segundo informações da prefeitura do município. O segundo pavimento foi construído apenas em 1912. Pelo menos 111 estabelecimentos ficam no local. Este é o quarto incêndio que atinge o prédio. Os outros ocorreram em 1912, 1976 e 1979.

Nenhum comentário:

Postar um comentário