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sábado, 1 de junho de 2013

PF faz nova autópsia em corpo de índio morto em conflito em MS

 

Perícia é feita em Campo Grande e laudo deve sair em breve.
Indígena foi morto durante reintegração de posse em Sidrolândia.

Do G1 MS
 
 
PF faz nova autópsia em corpo de índio morto em conflito em MS (Foto: Yarima Mecchi)Policiais federais chegam ao Imol neste sábado (1º) em Campo Grande. (Foto: Yarima Mecchi/G1MS)
O corpo do índio terena Oziel Gabriel, de 36 anos, morto na quinta-feira (30) durante reintegração de posse na fazenda Buriti em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, foi submetido a nova autópsia na tarde deste sábado (1º), em Campo Grande. Peritos da Polícia Federal, vindos de Brasília, iniciaram os trabalhos na sede do Instituto Médico e Odontológico Legal (Imol). O corpo já havia sido examinado logo após a morte no Hospital Elmíria Silvério Barbosa, em Sidrolândia.
O grupo de legistas viajou a Mato Grosso do Sul após pedido do Ministério Público Federal (MPF). O procurador da República, Emerson Kalif Siqueira, havia solicitado à Fundação Nacional do Índio (Funai) para que a nova perícia fosse realizada.
Sidrolândia 31-05 (Foto: Editoria de Arte/G1)Sidrolândia 31-05 (Foto: Editoria de Arte/G1)
A coordenadora substituta da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Campo Grande, Ana Betriz Lisboa, que esteve no Imol para acompanhar os trabalhos dos legistas, disse ao G1 que a perícia deve durar pelo menos quatro horas. A autópsia deve apurar o calibre da arma usada no disparo. Essa informação poderá apontar a autoria do disparo que matou o indígena. A expectativa é que o laudo pericial fique pronto o mais rápido possível, considerada a excepcionalidade do caso, segundo Ana Beatriz.
Oziel Gabriel morreu com um tiro na região do tórax. Ele foi ferido durante conflito com a polícia na fazenda, ocupada pelos terena desde 15 de maio. A vítima foi velada na aldeia Córrego do Meio, no município de Sidrolândia.

Conflito
O mandado de reintegração de posse na fazenda Buriti foi cumprido na quinta-feira (30) após confronto entre indígenas e policiais. Um dia depois, os terena voltaram a ocupar a propriedade.

A fazenda está em área reivindicada pelos índios em um processo que se arrasta há 13 anos. A terra indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área de 17,2 mil hectares foi delimitada, e a portaria foi publicada no Diário Oficial da União. Mas até hoje a Presidência da República não fez a homologação. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspendem o curso do procedimento demarcatório.

Em 2004, a Justiça Federal declarou que as terras pertenciam aos produtores rurais. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal recorreram. Em 2006, o Tribunal Regional Federal modificou a primeira decisão e declarou a área como de ocupação tradicional indígena. Produtores rurais entraram com recurso e conseguiram decisão favorável em junho do ano passado.

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