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terça-feira, 12 de março de 2013

Em novo cálculo, polícia conclui que boate Kiss estava superlotada


Aproximadamente mil pessoas estavam no local na noite do incêndio.
Capacidade da casa noturna, segundo os bombeiros, era de 691 pessoas.

Do G1 RS

A Polícia Civil concluiu na segunda-feira (11) que aproximadamente mil pessoas estavam no interior da boate Kiss na noite do incêndio que causou a morte de 241 pessoas em Santa Maria, em 27 de janeiro.
O cálculo foi feito com base em depoimentos de sobreviventes e no número de mortos e feridos da tragédia. A capacidade da casa noturna, segundo o Corpo de Bombeiros, era de 691 pessoas. Para os investigadores, esta foi uma das principais causas da tragédia, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (veja o vídeo).
"Nossa investigação apontou que mais de mil pessoas estavam dentro da boate", confirmou ao G1 o delegado Marcos Vianna, que integra a equipe que investiga o caso.
O incêndio foi na boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul (Foto: Germano Roratto/Agência RBS)Incêndio na boate Kiss ocorreu em 27 de janeiro
(Foto: Germano Roratto/Agência RBS)
Nesta terça-feira (12), uma das arquitetas que elaborou o projeto de instalação da boate prestará depoimento na 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria. O objetivo é tentar descobrir para onde o documento foi encaminhado depois de ser analisado pela prefeitura, quando foram exigidas diversas alterações na segurança do prédio.
Também falarão novamente à polícia nesta terça-feira o sócio-proprietário da boate Kiss, Mauro Hoffmann, e o produtor da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão. O outro dono da casa noturna, Elissandro Spohr, prestará depoimento na quarta-feira (13).
À pedido do advogado Jader Marques, que faz a defesa de Spohr, o Conselho Superior de Justiça vai avaliar a atuação do Ministério Público durante as investigações da tragédia. A defesa quer saber o motivo pelo qual o MP não interditou a boate no período de obras e não realiuzou nenhum tipo de fiscalização no local depois de reformada.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 241 mortos na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.

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